BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta segunda-feira que o Congresso terá que discutir a criação de um imposto sobre transações financeiras --nos moldes da antiga CPMF-- no bojo da reforma tributária, já que o imposto estava na proposta inicial de reforma tributária do governo e é apoiado por parte dos empresários.
"Eu acho que tem de ser discutido. O presidente é contra, tá bom, ele não quer jogar esse assunto na mesa, por causa da memória da antiga CPMF, mas a gente sabe que nosso sistema tributário é complicado", disse o vice-presidente em uma live organizada pelo fundo Genial Investimentos.
Mourão argumentou que a ideia que vinha sedo discutida dentro do governo, até a demissão do então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, era de um "IVA Dual", em que entraria o imposto de transações financeiras, mas que o imposto se transformou em algo que ninguém quer discutir.
"A ideia que havia antes é que houvesse uma substituição paulatina entre a transformação do IVA e o imposto sobre transações financeiras, de modo que fosse mantido um certo equilíbrio até que se conseguisse partir para aquilo que todos desejam, que é: ampliou-se a base de pagamento, não temos mais sonegação ou foi reduzida a mínimo possível, e aí teríamos condições de diminuir a carga de imposto", explicou o vice-presidente.
A proposta de reforma tributária do governo não chegou a ser enviada ao Congresso. Ao mesmo tempo, uma proposta dos parlamentares avança na Câmara e outra, no Senado.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)