Por Robin Emmott e John Chalmers
BRUXELAS (Reuters) - O Parlamento Europeu não aprovará com facilidade um acordo dos líderes da União Europeia de um enorme estímulo em resposta ao coronavírus, disse o chefe da assembleia nesta quarta-feira, comprometendo-se a reverter os cortes de pesquisas e a vincular os desembolsos a valores democráticos.
Embora veja o fundo de recuperação de 750 bilhões de euros alcançado pelos líderes após cinco dias de negociações como bem-vindo, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, disse que a assembleia quer reformular o orçamento da UE de 1,1 trilhão de euros.
"Há uma proposta em cima da mesa, mas gostaríamos de melhorar isso, sobretudo tentando dar respostas a alguns dos cortes que consideramos injustificados", disse ele em entrevista coletiva um dia após os líderes da UE fecharem o acordo.
Chamado de avanço histórico pelo presidente francês Emmanuel Macron -- porque o bloco aumentará a dívida comum em larga escala pela primeira vez -- o acordo da cúpula custou reduções em fundos climáticos, pesquisas e dinheiro para o programa de intercâmbio de estudantes Erasmus.
Sob as regras da UE, o Parlamento deve aprovar o pacote que provavelmente alcançará as economias reais entre o início e meados de 2021, mas não ficou claro imediatamente como ele poderia reformular o acordo sem arriscar seu colapso.
"Não podemos cortar o orçamento para pesquisa e para os jovens e o Erasmus, não podemos", disse Sassoli.
Os líderes também adiaram um novo mecanismo prometido para limitar os fundos de recuperação a países que não defendem as liberdades de imprensa e os direitos humanos, como Hungria e Polônia, o que Sassoli disse ser inaceitável.
Ele disse que a votação final do Parlamento de ambos os pacotes será em alguns meses.