NOVA DÉLI/PEQUIM (Reuters) - Índia e China trocaram acusações no sábado de que o outro havia violado sua fronteira compartilhada de fato, uma área que nesta semana se tornou o local mais mortal de seu conflito em meio século.
Os combates na fronteira do Himalaia entre os dois países mataram na segunda-feira pelo menos 20 soldados indianos e feriram mais de 70. A China não divulgou números de vítimas de suas tropas.
Embora o primeiro-ministro indiano Narendra Modi tenha tentado minimizar o confronto na sexta-feira, seu governo culpou a China um dia depois por tentar erguer estruturas "do outro lado da linha de controle real", como é conhecida a demarcação, e por recusar pedido da Índia de parar.
A Índia não permitirá mudanças unilaterais na fronteira disputada, afirmou comunicado.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, acusou as tropas indianas de "provocação deliberada" na região tensa do Himalaia.
Em uma série de tuítes, Zhao disse que o Vale (SA:VALE3) de Galwan fica no lado chinês da linha e que desde abril os indianos construíram unilateralmente estradas, pontes e outras instalações na região.
As tropas indianas "cruzaram a linha de controle real" e atacaram oficiais e soldados chineses que estavam lá para negociação, desencadeando "ferozes conflitos físicos", disse Zhao.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano, Anurag Srivastava, negou qualquer violação da linha de controle real pela Índia e disse que as reivindicações do lado chinês "não são aceitáveis".
"Não aceitamos a alegação de que a Índia estava alterando unilateralmente o status quo. Pelo contrário, estávamos mantendo-o", disse Srivastava.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, criticou a China por aumentar as tensões na fronteira com a Índia.
(Reportagem de Aftab Ahmed em Nova Délhi e Tom Daly em Pequim)