Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu a aprovação de um orçamento nacional de dois anos nesta quarta-feira e sugeriu que isso pode abrir caminho para a retomada das contestadas reformas judiciais de sua coalizão religiosa-nacionalista.
Políticos da oposição, que têm tido discussões com o governo sobre as reformas propostas desde que foram adiadas no final de março, protestaram. Um parlamentar ameaçou "agitar o país" se Netanyahu seguir a legislação unilateralmente.
A introdução das reformas em janeiro desencadeou meses de manifestações antigovernamentais sem precedentes, assustando alguns investidores estrangeiros, bem como agências de crédito internacionais.
Netanyahu e seus aliados controlam 64 dos 120 assentos do Parlamento, uma maioria confortável que garantiu a ratificação relativamente rápida dos pacotes de gastos de 484 bilhões de shekels (131 bilhões de dólares) e 514 bilhões de shekels para 2023-2024.
"Um novo dia amanhece", disse ele ao Channel 14 TV ao sair do debate noturno no Knesset, prometendo combater a inflação, que está em 5%.
Questionado se as reformas judiciais também estavam de volta à agenda, Netanyahu disse: "Certamente. Mas estamos tentando chegar a entendimentos (nas discussões). Espero que tenhamos sucesso nisso."
Netanyahu diz que as reformas, que limitaria alguns poderes da Suprema Corte e daria à coalizão maior controle sobre as nomeações para o tribunal, visam corrigir décadas de abuso do Judiciário e equilibrar os ramos do governo.
Os críticos veem uma ameaça à independência dos tribunais por parte do primeiro-ministro, que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega. As potências ocidentais expressaram preocupação com o estado da democracia em Israel.
(Reportagem adicional de Steven Scheer)