Por Marwa Rashad e Andrea Shalal
RIAD/WASHINGTON (Reuters) - Autoridades financeiras do grupo das 20 maiores economias do mundo prometeram, neste sábado, continuar usando "todas as ferramentas de políticas possíveis" para enfrentar a pandemia de coronavírus e reforçar a economia global, alertando que as perspectivas ainda são muito incertas.
Ministros da Economia e autoridades de bancos centrais disseram, em um comunicado publicado depois de uma reunião virtual do G20, que a economia global se recuperaria, à medida em que os países passam por reaberturas graduais, mas acrescentou que mais medidas seriam necessárias para garantir crescimento.
"Estamos determinados a continuar usando todas as ferramentas de políticas disponíveis para proteger as vidas das pessoas, os empregos e as rendas, apoiando a recuperação da economia global e melhorando a resistência do sistema financeiro, e também se resguardando contra riscos negativos", disseram, em comunicado ao fim da reunião.
A Covid-19, doença causada pelo coronavírus, infectou mais de 14,14 milhões de pessoas e matou 596.576, segundo a contagem da Reuters. Os Estados Unidos, responsáveis pela maior economia do mundo, lideram a lista de mortes pelo vírus.
As quarentenas para conter a disseminação da doença causaram graves perturbações à economia global e estão atingindo mais os países mais pobres.
Autoridades econômicas do G20 ainda disseram que 42 dos 73 países mais pobres pediram o congelamento em pagamentos de dívidas bilaterais até o fim do ano, um total de 5,3 bilhões de dólares.
Refletindo preocupações levantadas pelo Banco Mundial de que a China, membro do G20 e maior credor dos países em desenvolvimento, não estava participando totalmente, os oficiais pediram que todos os credores bilaterais implementassem a Iniciativa de Suspensão de Serviço de Dívida (DSSI, sigla em inglêS) de maneira completa e transparente.
Eles também "encorajaram veementemente" credores privados a participar em termos similares e disseram que considerariam estender o congelamento das dívidas até a segunda metade de 2020.
Credores privados não receberam pedidos formais de países para a suspensão do serviço de dívidas sob a iniciativa do G20, afirmou o Instituto Internacional Financeiro (IIF), na quarta-feira, antes da reunião deste sábado.
"Nós encorajamos os investidores do setor privado a participar disso, mas precisamos ter muito cuidado para não interferir em acordos privados", afirmou o ministro da Economia saudita, Mohammed al-Jadaan, em uma entrevista coletiva, ao fim da reunião.
A Arábia Saudita é a atual presidente do G20.
As autoridades também reafirmaram o compromisso de resolver diferenças em relação à taxação de serviços digitais e chegar a uma solução consensual e ampla neste ano.
Disseram que esperam ver propostas de reformas fiscais internacionais até outubro, quando se reunirão novamente.
"A taxação justa de empresas internacionais e grandes grupos digitais é mais urgente do que nunca”, disse o ministro da Economia da Alemanha, Olaf Scholz, após a reunião.
(Reportagem de Andrea Shalal em Washington, Davide Barbuscia em Dubai, Marwa Rashad em Riad, Raya Jalabi em Londres, Christian Kraemer em Berlim e Tom Sims em Frankfurt)