País terá deficit de 532 mil profissionais de tecnologia até 2029, aponta debate

Publicado 04.11.2024, 08:10
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Senadores e debatedores defenderam na última semana a necessidade de o Brasil ampliar a conectividade digital e capacitar populações vulneráveis. Eles participaram de uma audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia sobre o programa Conecta e Capacita, do governo federal.

O debate, realizado em 30 de outubro, foi sugerido pelo senador Fernando Dueire (MDB-PE), que vai apresentar um relatório sobre os obstáculos à inovação no Brasil. O tema é a política pública avaliada neste ano pelo colegiado.

Dueire defendeu a formação de profissionais qualificados para enfrentar a escassez de mão de obra no setor de tecnologia. Ele apontou a crescente demanda na área, que projeta um grande deficit de profissionais nos próximos anos.

“O Brasil forma pouco mais de 53 mil profissionais de tecnologia por ano, o que abrirá um deficit de 532 mil pessoas para trabalhar na área. O mercado está à procura de profissionais para atuar em desenvolvimento de aplicativos, comércio eletrônico, análise de dados e segurança da informação”, disse.

O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), o ex-senador Inácio Arruda, abordou o papel do Conecta e Capacita no âmbito do Pac (Programa de Aceleração do Crescimento), que possibilita a ampliação da rede de infovias (redes de banda larga) pelo país. Arruda explicou que o FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) é crucial para a manutenção do programa, especialmente em áreas mais isoladas.

“O investimento está na ordem de R$ 500 milhões, principalmente para a ampliação da rede de conexão, incluindo diversas escolas de formação superior e universidades”, afirmou.

Coordenação

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) cobrou mais eficiência na coordenação entre ministérios para otimizar os recursos. Ele alertou para o risco de sobreposição de ações e desperdício de recursos públicos.

“Estou trabalhando com o Ministério das Mulheres e da Educação, mas a questão é como garantir que não haja desperdício de ações e recursos, já que muitas vezes há várias áreas atuando na mesma frente”, afirmou.

A coordenadora-geral de Incentivo à Cooperação e Inovação na Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marcela França, disse que a pasta mapeia as ações de inovação na educação profissional e tecnológica em nível estadual. Segundo ela, o trabalho deve ser concluído no início do próximo ano.

Desafios

Marcela França falou ainda da meta de conectividade e integração nas unidades da rede federal de educação profissional, ressaltando que o principal desafio é levar conectividade ao interior do país.

“Temos o desafio de alcançar regiões remotas e proporcionar oportunidades equivalentes às dos grandes centros. Estamos avançando, mas ainda há muito a fazer para garantir acesso e infraestrutura nessas áreas”, afirmou.

Wellington Fagundes sugeriu a realização de uma audiência pública específica sobre o tema, preferencialmente antes da votação do projeto da Lei Orçamentária Anual. De acordo com ele, a área de inovação e tecnologia possui alta demanda de recursos, e uma melhor organização poderia evitar desperdícios e direcionar os investimentos para as prioridades certas.

Dueire também defendeu a realização de uma nova audiência sobre o tema.

“Em minha experiência, pude ver a efetividade dos conselhos para organizar os esforços entre diferentes áreas, e acredito que o mesmo deva ocorrer no setor de ciência e tecnologia. A ideia de uma nova audiência é oportuna e será providenciada rapidamente“, disse.

Setor industrial

O superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Felipe Morgado, destacou que a instituição está presente em 95% dos municípios brasileiros, oferecendo cursos em áreas como cibersegurança, análise de dados e programação. Morgado disse que o alinhamento com as demandas reais da indústria é essencial,.

A vice-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Francilene Garcia, enfatizou a necessidade de financiamento contínuo para expandir as infovias e fortalecer a rede de pesquisa de alto desempenho, principalmente em regiões carentes. Ela defendeu o Conecta e o Capacita como uma iniciativa vital para promover a pesquisa e a inovação no Brasil.

“A autonomia tecnológica é fundamental para o desenvolvimento do país. Sem investimento em infraestrutura, a pesquisa brasileira ficará estagnada. O fortalecimento das redes de pesquisa é crucial para garantir que a ciência nacional esteja alinhada com as demandas globais”, disse.

Com informações da Agência Senado

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