Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco emitiu um novo decreto para tornar os fundos de caridade mais transparentes e endurecer os controles sobre as finanças do Vaticano na esteira de um escândalo a respeito da aquisição de uma propriedade de luxo em Londres.
O principal alvo é a Secretaria de Estado, a parte mais importante da administração do Vaticano, que terá que abdicar do gerenciamento de seus fundos, investimentos e imóveis e se submeter à supervisão de dois outros escritórios econômicos.
Assinado pelo papa no dia 26 de dezembro e publicado nesta segunda-feira, o decreto entra em vigor por dois meses em 1º de janeiro.
Em 2014, a Secretaria investiu cerca de 244 milhões de dólares como parceira de um acordo para comprar um edifício de luxo em Londres. Conforme o acordo se tornou oneroso, a Secretaria pagou dezenas de milhões em taxas a intermediários na tentativa de alterar os termos.
O cardeal George Pell, ex-tesoureiro do Vaticano, disse à Reuters no início deste mês que houve "perdas enormes". Em setembro, o papa demitiu o cardeal Angelo Becciu, uma ex-autoridade de alto escalão da Secretaria de Estado.
No ano passado, uma investigação do negócio londrino levou à suspensão de cinco funcionários do Vaticano, quatro deles da Secretaria. O Vaticano ainda acusou os intermediários de extorsão.
Os ativos da Secretaria de Estado estão sendo transferidos a um departamento chamado Administração do Patrimônio da Santa Sé (Apsa) e serão supervisionados pela Secretaria para a Economia.