As vendas do varejo podem aumentar em 2% o faturamento de Páscoa em comparação com o feriado de 2023. Apesar de no ano passado a data ter sido celebrada em abril, a projeção divulgada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) afirma que, na época, os consumidores tiveram mais tempo para realizar as compras.
Ainda assim, o economista da ACSP Ulisses Ruiz de Gamboa associa o crescimento das vendas no varejo ao aumento da renda e ocupação dos brasileiros no mercado de trabalho, mesmo em um contexto de endividamento das famílias, juros ainda altos e diminuição da confiança do consumidor.
O especialista explica que geralmente a Páscoa não representa uma data de grandes vendas para o varejo. Nesta época, quem fatura mais, segundo ele, é o setor alimentício, com destaque para os ovos de chocolate.
“Esse crescimento pode ser atribuído ao aumento da renda e da ocupação, em meio a um contexto de elevado endividamento das famílias, juros ainda altos e diminuição da confiança do consumidor”, disse.
Tributos
Do valor final dos ovos de Páscoa, 39,61% corresponde a impostos, informou a pesquisa. Por isso, os ovos caseiros podem ser uma alternativa para pessoas que queiram empreender no setor.
Ainda assim, analisou, a cadeia de produção é acompanhada de tributos altos. Para fazer um ovo de Páscoa simples, por exemplo, que requer chocolate, papel celofane e fitas para embalagem, os impostos são 39,61%, 34,5% e 34%, respectivamente.
Conforme o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Eloi Olenike, o sistema tributário do Brasil é “muito voltado para o consumo, o que prejudica as classes menos favorecidas financeiramente e dificulta a aquisição de itens de maiores procuras”, disse.
“Se a carga tributária sobre os produtos consumidos na Páscoa não fosse tão alta, o consumidor teria mais condições de adquirir produtos de melhor qualidade durante esta época do ano”, afirmou.
Mesmo com a alta dos tributos nos ovos de Páscoa, o produto mais tributado nesta época é o vinho importado (59,73%). Neste caso, explicou o economista, mais da metade do valor do produto corresponde a impostos. O vinho nacional, porém, tem carga tributária de 44,73%.