SÃO PAULO (Reuters) - Os pedidos de auxílio-desemprego no Brasil totalizaram 570.543 em julho, queda de 12,7% sobre junho e de 8,8% ante mesmo mês de 2019, mostraram dados do Ministério da Economia nesta quinta-feira.
Nos sete primeiros meses do ano, as requisições somaram 4.521.163, alta de 11,1% frente a mesmo intervalo de 2019.
Os números foram divulgados no mesmo dia em que o IBGE informou que o país encerrou o segundo trimestre com a maior taxa de desemprego em três anos e redução recorde no número de pessoas ocupadas, com a taxa de desocupação entre abril e junho indo a 13,3%, de 12,2% no primeiro trimestre, ligeiramente acima das previsões de analistas consultados pela Reuters. [nL1N2F80QO]
O mercado de trabalho segue como um grande ponto de dúvida para o ritmo da economia nos próximos meses, devido à perspectiva de perda de poder de compra da população quando passarem os efeitos das medidas de auxílio emergencial adotadas pelo governo para combater os impactos da pandemia.
Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central demonstrou cautela com as expectativas para o crescimento da atividade ao fim do ano, em meio ao "esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais".
"O mercado de trabalho, já fraco, perdeu ainda mais fôlego em junho", disse Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas do Goldman Sachs para a América Latina. "A taxa de desemprego teria aumentado significativamente se não fosse o grande declínio de 6,8 pontos percentuais na participação da força de trabalho", ponderou.
Na equipe econômica, a crença é que a criação de imposto sobre transações, que seria instituído nos moldes da extinta CPMF, para bancar a desoneração da folha, ajudaria na geração de empregos, mas a proposta enfrente resistência de setores políticos e da opinião pública.
(Por José de Castro)