Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - Os maiores países da União Europeia estão pressionando pelo estabelecimento de uma nova autoridade de fiscalização que assumiria das mãos dos Estados a supervisão de lavagem de dinheiro em empresas financeiras, após uma série de escândalos em bancos do bloco.
Em um comunicado conjunto, Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda e Letônia disseram que a UE, com 28 países, precisava de uma “supervisão central” para atacar o fluxo de dinheiro sujo dentro do sistema financeiro do bloco.
A medida chega após instituições financeiras europeias terem sido fechadas por lavagem de dinheiro na Letônia, em Malta e no Chipre, enquanto grandes bancos dos Países Bálticos e do norte da Europa foram envolvidos em transações duvidosas avaliadas em bilhões de euros de dinheiro sujo russo, por meio da franquia estoniana do Danske Bank, no que está sendo visto como o pior escândalo de lavagem de dinheiro do continente.
A necessidade de uma supervisão da UE surge após várias falhas de órgãos nacionais de vigilância em identificar e agir contra lavagem de dinheiro, disse o comunicado.
“Onde grandes interesses financeiros estão em jogo, há o risco de instituições de fiscalização nacionais serem influenciadas direta ou indiretamente por instituições supervisionadas ou grupos de interesse”, disse o comunicado.
Os seis países disseram que o novo supervisor poderia ser um órgão novo ou mesmo um já existente. Nesse caso, a Autoridade Europeia de Bancos (EBA) teria que ser reforçada.