NAIRÓBI (Reuters) - O cinegrafista da Reuters Kumerra Gemechu foi preso em Adis-Abeba, a capital da Etiópia, na quinta-feira e será mantido sob custódia durante ao menos duas semanas, embora não tenha recebido nenhuma acusação, disse sua família.
A família não foi informado de nenhum motivo para a prisão, e a polícia não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
Kumerra, de 38 anos, trabalha como cinegrafista freelance para a Reuters há uma década.
Em uma audiência judicial rápida realizada na sexta-feira, na qual não havia um advogado presente, um juiz ordenou a detenção de Kumerra por mais 14 dias para que a polícia tenha tempo de investigar, disse sua família.
Em um comunicado emitido nesta segunda-feira, a Reuters repudiou com veemência a detenção de Kumerra. A prisão ocorreu na esteira do espancamento de um fotógrafo da Reuters, Tiksa Negeri, por parte de dois policiais federais etíopes no dia 16 de dezembro.
"Kumerra é parte de uma equipe da Reuters que noticia da Etiópia de uma maneira justa, independente e imparcial. O trabalho de Kumerra demonstra seu profissionalismo e imparcialidade, e não estamos cientes de nenhuma base para sua detenção", disse o editor-chefe da agência de notícias, Stephen J. Adler, em um comunicado.
"Deve-se permitir que jornalistas deem notícias de interesse público sem medo de assédio ou dano, estejam onde estiverem. Não descansaremos até Kumerra ser libertado", disse Adler.
A polícia também confiscou o celular de Kumerra, um computador, pen drives e documentos, segundo sua família.
(Da redação de Nairóbi)