RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez diligências nesta quinta-feira na principal estação de tratamento de água do Rio de Janeiro como parte de inquérito aberto para apurar a crise na água fornecida pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), informou a corporação.
Agentes de polícia estiveram na estação de tratamento do Guandu, responsável pelo abastecimento para moradores da capital e de municípios da Baixada Fluminense, após consumidores relatarem que a água está com cheiro forte, sabor de barro e turva.
A ação desta quinta-feira faz parte de uma investigação para apurar "eventual responsabilidade penal de funcionários da Cedae ou de terceiros que possam ter contribuído, por ação ou omissão, nas alterações das condições de consumo da água verificada nos últimos dias na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro”, informou a Polícia Civil em comunicado.
O caso está sendo conduzido pela Delegacia de Defesa de Serviços Delegados da Polícia Civil do Rio.
Desde o começo do ano moradores da capital e de municípios da Baixada Fluminense têm reclamado da qualidade da água da Cedae. Segundo a empresa, a proliferação de um alga em rios que abastecem o reservatório responsável pelo abastecimento da região foi a causa da mudança na água.
A Cedae se manifestou pela primeira vez sobre a situação na quarta-feira, e prometeu adotar um novo sistema de filtragem da água no Guandu, com carvão ativado, para normalizar a qualidade a partir da semana que vem. Segundo a empresa, a água não oferece risco à população. [nL1N29K1A6]
O Ministério Público e o Procon também vêm acompanhando a crise na água.
A diferença na água da Cedae provocou um corrida de consumidores aos mercados e depósitos em busca de garrafas e galões de água mineral, o que levou a uma alta de preços e até a uma escassez do produto no Rio.
(Por Rodrigo Viga Gaier)