Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais encerraram o primeiro bimestre de 2023 acumulando queda de 4,96%. Em fevereiro, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), esses produtos ficaram 1,54% mais baratos que em janeiro, quando os preços tinham caído 3,47% em relação a dezembro. Com isso, os preços dos remédios para hospitais recuaram 3,98% no acumulado de 12 meses até fevereiro.
O IPM-H é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a Bionexo - healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde. De acordo com o economista da Fipe Bruno Oliva, a recente tendência de queda nos preços ainda pode ser atribuída, em alguma medida, à continuidade do processo de reacomodação do mercado de medicamentos após a travessia das fases mais agudas da pandemia.
"Em particular, o arrefecimento dos custos logísticos internacionais, um dos fatores considerados na composição dos preços de muitos medicamentos e insumos consumidos no Brasil, pode ter contribuído para o comportamento declinante do índice nos últimos meses", afirma Oliva.
Em fevereiro, as quedas foram verificadas nos preços dos medicamentos ministrados para tratamento do aparelho respiratório (-0,41%); sistema nervoso (-0,51%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (-0,85%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-1,17%); agentes antineoplásicos (-1,33%); aparelho cardiovascular (-1,48%); sistema musculoesquelético (-4,05%); e sangue e órgãos hematopoiéticos (-4,81%).
Na outra ponta, as altas de preço por grupo terapêutico foram as seguintes: aparelho digestivo e metabolismo, 1,68%; aparelho geniturinário, 1,67%; preparados hormonais, 0,82%; e órgãos sensitivos, 0,28%.
No acumulado de 12 meses até fevereiro, as quedas foram registradas nos medicamentos para sistema nervoso (-29,32%); aparelho digestivo e metabolismo (-21,13%); aparelho cardiovascular (-12,48%); sistema musculoesquelético (-6,94%); órgãos sensitivos (-3,16%); e anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-2,77%).
As altas foram verificadas nos medicamentos atuantes sobre aparelho geniturinário, de 21,05%; aparelho respiratório, de 16,87%; sangue e órgãos hematopoiéticos, de 7,50%; agentes antineoplásicos, de 2,66%; preparados hormonais, de 1,91%; e imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, de 1,11%.
O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 através da plataforma healthtech, por onde são transacionados mais de R$ 17 bilhões de negócios por ano no mercado da saúde, o que representa cerca de 20% do que é transacionado no mercado privado nacional. A empresa conecta mais de três mil instituições de saúde a mais de 30 mil fornecedores de medicamentos e suprimentos hospitalares.