Por Jessica Resnick-Ault
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo saltaram 7% nesta sexta-feira e atingiram o maior nível desde março, apoiados por um fortalecimento na demanda por combustíveis, à medida que países de todo o mundo flexibilizam as restrições impostas para conter a disseminação do coronavírus.
O petróleo dos Estados Unidos (WTI) acumulou ganhos de 19,7% nesta semana, enquanto o petróleo Brent subiu 5,2% no período, marcado por notícias altistas. Ambos os contratos registraram a terceira semana consecutiva de altas.
Nesta sexta-feira, o WTI avançou 1,87 dólar, ou 6,8%, para 29,43 dólares por barril, terminando o dia pouco abaixo da máxima da sessão (29,92 dólares), maior nível desde meados de março. O valor de referência norte-americano já havia saltado 9% na véspera.
O petróleo Brent, por sua vez, fechou em alta de 1,37 dólar, ou 4,4%, a 32,50 dólares por barril. O "benchmark" internacional teve ganho de 7% na sessão anterior.
O segundo contrato do petróleo dos EUA foi negociado com desconto para o primeiro contrato pela primeira vez desde o final de fevereiro, o que indica aperto no mercado, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho em Nova York.
"Não é um acidente o 'spread' ter se invertido depois de o estoque de petróleo da AIE (Administração de Informação sobre Energia) e o estoque no centro de distribuição de Cushing registrarem, no relatório de quarta-feira, a primeira queda em semanas", afirmou Yawger.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros grandes produtores estão cortando bombeamento para reduzir o excesso de oferta, e agora há também sinais de melhora na demanda. Dados mostraram que o uso diário de petróleo na China se recuperou em abril, com refinarias acelerando as operações.
(Reportagem adicional de Ahmad Ghaddar, em Londres, e Aaron Sheldrick, em Tóquio)