Por Marc Jones
LONDRES (Reuters) - Estados Unidos e outras potências precisam usar suas influências com Israel para encerrar a atual “carnificina” na Faixa de Gaza, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro da Jordânia, Bisher al Khasawaneh.
O país, que faz fronteira com a Cisjordânia ocupada, tem sido crítico dos bombardeios de Israel sobre a Faixa de Gaza, e Khasawaneh afirmou nesta sexta-feira que os israelenses “marcaram todas as caixinhas de crimes de guerra contra a humanidade”.
Israel nega ter cometido crimes de guerra, mas Khasawaneh disse que é preciso juntar os maiores pesos-pesados diplomáticos do planeta para obter um cessar-fogo na região.
“É necessária a liderança de nossos amigos e parceiros norte-americanos, e de várias capitais do mundo, que possam influenciar no processo decisório em Israel, em termos genuínos para encerrar de vez essa carnificina”, afirmou o premiê jordaniano em evento na London School of Economics.
Ele acrescentou que a opinião pública no Ocidente é clara sobre sua preocupação acerca da violência e o estresse que o sistema de leis internacionais está sofrendo por causa de temas como a provisão de ajuda a regiões devastadas do enclave.
“As principais potências não só possuem responsabilidade moral, mas também obrigação, nesse contexto, de preservar o sistema de leis internacionais e dizer ao atual governo de Israel que isso precisa acabar”, afirmou.
Israel e EUA, seu principal aliado, aparentam estar em desacordo neste momento, com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e sua coalizão de direita rejeitando fortemente o estabelecimento de um Estado palestino, mesmo que Washington mantenha a opinião de que uma solução de dois Estados é a única saída para trazer a paz duradoura à região.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em sua quarta viagem ao Oriente Médio desde o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, levou um duro acordo a Israel, em que seus vizinhos predominantemente muçulmanos ajudariam a reconstruir a Faixa de Gaza depois da guerra e continuariam a se integrar economicamente aos israelenses. No entanto, isso ocorreria apenas se eles se comprometessem com a criação de um Estado palestino independente.
(Reportagem de Marc Jones)