PEQUIM (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, reuniu-se com o primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero, no Grande Salão do Povo de Pequim na segunda-feira, informou a mídia estatal chinesa, um dia após o líder cubano ter assinado documentos de cooperação em uma feira comercial.
A visita de Marrero ocorre em um momento em que a economia de Cuba, que depende fortemente de alimentos, combustível e outras importações, está próxima do colapso em meio a um declínio de mais de 50% em suas receitas de exportação, que são necessárias para adquirir as importações. O governo cubano culpa as sanções dos Estados Unidos e a Covid pela desaceleração econômica.
"A China continuará a apoiar firmemente o povo cubano, a se opor à interferência estrangeira e ao embargo, e a salvaguardar a soberania e a dignidade nacionais (de Cuba)", disse Xi, segundo a mídia estatal.
Marrero estava entre os dignitários estrangeiros que participaram da cerimônia de abertura da Exposição Internacional de Importação (CIIE) no domingo em Xangai, uma feira comercial de uma semana em que países e empresas geralmente fecham acordos que resultam na segunda maior economia do mundo comprando mais de seus produtos.
Após uma reunião entre Marrero e o primeiro-ministro da China, Li Qiang, à margem da CIIE, autoridades chinesas e cubanas assinaram vários documentos de cooperação não especificados, de acordo com um relato da mídia estatal.
"Espera-se que Cuba continue a fazer bom uso da importante plataforma do CIIE para levar mais de seus produtos ao mercado chinês", disse Xi a Marrero na segunda-feira.
As autoridades cubanas costumam elogiar as relações com a China como "extraordinárias" ou "históricas", e o presidente Miguel Díaz-Canel disse a Xi, à margem de uma cúpula dos Brics em Johanesburgo, em agosto, que os laços estavam no "nível mais alto de todos os tempos".
Mas analistas duvidam que a China possa levar seu relacionamento com a ilha diplomaticamente isolada muito mais longe ou fazer algo significativo para apoiá-la, principalmente porque Cuba não tem meios para pagar quaisquer empréstimos que a China possa estar disposta a conceder.
Ainda assim, o apoio a Cuba poderia gerar dividendos estratégicos e diplomáticos significativos para a China.
(Reportagem de Joe Cash)