SANTIAGO (Reuters) - O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, nomeou nesta sexta-feira um gabinete moderado para seu futuro governo, com o atual chefe do banco central assumindo o comando das finanças públicas, opção que foi bem recebida pelos mercados.
O presidente de 35 anos qualificou sua formação ministerial como "diversa", com pessoas de origens e formações distintas.
"Esse gabinete tem a missão de lançar as bases para as grandes reformas que nos propusemos realizar em nosso programa", disse ele após anunciar os nomes de seus futuros ministros.
Nos últimos dias, começaram especulações sobre a ida do respeitado economista Mario Marcel, que está à frente do banco central desde 2016, ao Ministério da Fazenda, o que foi saudado pelos mercados financeiros.
"A nomeação de pessoas como Marcel vem fortalecer a ideia de que é um processo de mudança, não repentino, mas lento. Tem mais lógica no sentido de que mudanças radicais são muito mais complexas", disse Miguel Angel López, professor da Universidade do Chile.
Marcel, um especialista moderado ligado ao Partido Socialista, embora sem militância, terá entre seus desafios promover uma reforma tributária prometida por Boric.
"Assumimos com enorme carinho e energia o desafio de consolidar a recuperação da nossa economia sem reproduzir suas desigualdades estruturais. Estamos falando de um crescimento sustentável acompanhado de uma justa redistribuição de riqueza", disse o jovem líder em seu discurso.
Para o Ministério do Interior, Boric nomeou sua alidada e chefe de campanha, a médica Izkia Siches, que teve participação pública de destaque como presidente do Colégio Médico do Chile durante a pandemia de Covid-19.
Já Marcela Hernando, ex-prefeita e parlamentar do Partido Radical na região de Antofagasta (LON:ANTO), foi indicada como ministra de Mineração.
(Reportagem de Fabián Andrés Cambero e Natalia Ramos)