BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou, expressou preocupação nesta segunda-feira sobre atritos no Mercosul, mas disse esperar que o pragmatismo prevaleça no bloco comercial que o país integra ao lado de Brasil, Argentina e Paraguai.
As diferenças no Mercosul se aprofundaram após a eleição do peronista Alberto Fernández, a quem o presidente Jair Bolsonaro chamou de "bandido de esquerda", como presidente da Argentina, em outubro.
"As tensões estão claras", disse Lacalle Pou depois de uma reunião de transição de governo que realizou com o presidente em final de mandato Tabaré Vázquez. "Tendo a pensar que o pragmatismo vai superar a ideologia."
A eleição de Fernández na Argentina levantou a possibilidade de um conflito entre as duas maiores economias da América do Sul, o que poderia fazer o Mercosul afundar, aumentando a turbulência do comércio global.
Lacalle Pou, líder do Partido Nacional, de centro-direita, assumirá a Presidência em 1º de março de 2020, encerrando 15 anos consecutivos de governo da Frente Ampla, uma força de centro-esquerda.
O líder conservador uruguaio foi proclamado oficialmente como presidente eleito no último sábado, depois de uma demorada contagem de votos devido à pequena diferença com o candidato governista Daniel Martínez, que ficou em segundo lugar.
Na segunda-feira, Lacalle Pou também anunciou que o Uruguai se retirará do Mecanismo de Montevidéu, uma iniciativa para mediar o conflito na Venezuela. "A superpopulação de grupos não me convence, principalmente quando se deve à afinidade ideológica", afirmou.
(Reportagem de Fabián Werner)