Por Sofia Menchu
CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - A Procuradoria da Guatemala disse nesta sexta-feira que continuará a investigação sobre o partido anticorrupção Semilla e que suas ações não têm a intenção de interferir no segundo turno das eleições presidenciais, marcado para o próximo mês.
A procuradoria iniciou uma investigação sobre o Semilla, cujo candidato, Bernardo Arévalo, ficou em segundo lugar no primeiro turno em junho, por suposta fraude no registro de membros.
Uma ordem judicial suspendeu o Semilla no início desta semana, embora a suspensão tenha sido revertida pelo tribunal superior do país na quinta-feira, em meio a uma enxurrada de críticas internacionais.
Em nota, a procuradoria disse que seu objetivo "não é interferir na data do segundo turno das eleições, nem desqualificar a participação de qualquer candidato... como em campanhas sustentadas de desinformação".
Arevalo e a ex-primeira-dama Sandra Torres disputarão o segundo turno em 20 de agosto. Torres interrompeu sua campanha na quinta-feira e pediu uma votação limpa.
A eleição já havia gerado críticas pela desqualificação de vários candidatos da oposição na fase de campanha.
Na quinta-feira, os Estados Unidos, a União Europeia e outros países alertaram que a suspensão do Semilla representaria uma ameaça à democracia.
O procurador que lidera a investigação sobre o Semilla, Rafael Curruchiche, já havia visado ativistas anticorrupção e foi incluído na Lista Engel do Departamento de Estado dos EUA para "atores corruptos e antidemocráticos".