BRASÍLIA (Reuters) - O programa do governo para financiamento da folha de salário das empresas durante a crise liberou 413,5 milhões de reais até segunda-feira, ou pouco mais de 1% do seu orçamento, conforme dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira.
Voltado aos negócios com faturamento anual de 360 mil a 10 milhões de reais, o programa foi elaborado para financiar por dois meses a folha de pagamento das pequenas e médias empresas, a uma taxa de 3,75% ao ano --equivalente ao patamar da Selic quando o Pese foi anunciado, no final de março. Os recursos poderão cobrir salários de valor equivalente a até dois salários mínimos.
O programa iria disponibilizar 40 bilhões de reais no total, sendo 85% com recursos do Tesouro (34 bilhões de reais) e 15% dos bancos (6 bilhões de reais).
De acordo com o BC, foram 304.091 empregados beneficiados, de um total de 19.304 empresas.
Mais de um terço dos trabalhadores que foram pagos no âmbito do programa --112.257-- são de São Paulo. O Rio de Janeiro apareceu como o segundo Estado com maior demanda, com 32.508 beneficiados. Na outra ponta, os Estados do Acre e Rondônia foram os que menos acessaram o Pese, com 341 e 385 trabalhadores contemplados, respectivamente.
Entre setores, a maior parte dos trabalhadores que recebeu recursos financiados pelo programa foi do setor de serviços (87.481 pessoas). Aparecem em seguida o setor de construção, madeira e móveis (44.533) e saúde, saneamento e educação (37.527).
No detalhamento por instituição financeira, o Itaú operacionalizou o pagamento a mais pessoas, com um total de 96.490, seguido por Bradesco (SA:BBDC4) (74.964) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) (57.789). O Santander (SA:SANB11) pagou a 57.012 trabalhadores e a Caixa a outros 17.983.
Bancos como Santander e BB têm dito que a demanda pelo financiamento à folha está aquém do esperado.
(Por Marcela Ayres)