O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 28 pelo Banco Central manteve a estimativa da autoridade monetária para a inflação de 2026 em 3,2% no cenário de referência. A meta para aquele ano foi definida em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho, e o governo avisou na ocasião que iria editar um decreto mudando o regime para meta contínua a partir de 2025.
O RTI também trouxe as estimativas do BC para a inflação em 2024 (3,5%) e 2025 (3,2%). Estas projeções já haviam sido divulgadas na semana passada, no comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a Selic de 11,25% para 10,75% e sinalizou apenas mais um novo corte de 0,50 pp em maio.
O cenário de referência utiliza câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC) e juros do Relatório de Mercado Focus. Para 2024 em diante, o alvo central é de 3,00% com bandas de 1,50% a 4,50%. No último Boletim Focus, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimaram o IPCA de 3,75% em 2024, 3,51% em 2025 e 3,50% em 2026.
Estouro da meta
A chance de a inflação de 2024 estourar o teto da meta de 4,50% no cenário de referência caiu de 23% para 19% entre o RTI de dezembro e março. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2024 (1,50%) também está mais baixa, de 7% para 4%. O centro da meta deste ano é de 3,0%.
Para 2025, a probabilidade de superar a banda superior continuou em 17% e a inferior, foi mantida em 11%. Para 2026, a probabilidade de superar a banda superior também ficou em 17% e a inferior em 11%. O alvo central contínuo a ser perseguido pelo BC a partir de 2025 também é de 3,0%, com os limites variando de 1,5% a 4,5%.