SÃO PAULO (Reuters) - O Departamento de Economia Rural (Deral) identificou um novo recuo na qualidade das lavouras de trigo do Paraná, diante dos efeitos de geadas ocorridas neste mês que ainda vêm sendo mensurados, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira.
O percentual de áreas boas atingiu 78%, queda de dois pontos em relação à semana passada, enquanto as lavouras consideradas médias saíram de 17% para 19%. As áreas avaliadas como ruins se mantiveram em 3%.
Segundo o analista do Deral Carlos Hugo Godinho, a redução nas áreas boas foi motivada por uma revisão nas análises do cereal cultivado na região de Cascavel, que conta com 145 mil hectares, a segunda maior regional para o trigo.
"Aumentou um pouco mais a preocupação com a abrangência das geadas", disse ele.
"Cascavel era uma região que já estava no radar, mas que preocupava um pouco menos", acrescentou, sobre os locais com trigo suscetível a perdas pelo frio extremo.
Em uma projeção preliminar, Godinho acredita que cerca de 40% das áreas na região de Cascavel poderão ter prejuízos em função das geadas.
Na semana passada, o Deral tinha relatos de perdas por geadas na região de Francisco Beltrão, núcleo que tem a terceira maior área plantada com trigo na temporada atual, com 121,5 mil hectares.
Naquela área, mais de 70% do trigo estava em fases sujeitas a prejuízos, entre floração e frutificação, de acordo com dados do departamento ligado ao governo paranaense.
Segundo maior produtor do cereal de inverno --após ser ultrapassado neste ano pelo Rio Grande do Sul, conforme estimativa da estatal Conab--, o Paraná está em fase de colheita de trigo, com 5% dos trabalhos concluídos, avanço semanal de três pontos percentuais.
No milho segunda safra do Estado, a colheita ficou estável em 84% das áreas.
Na avaliação de qualidade, o Deral elevou o percentual de lavouras em situação média de 27% para 28%, enquanto as áreas ruins caíram de 7% para 6% no comparativo semanal.
NOVA SAFRA
Agricultores do Paraná também já deram início ao plantio de milho verão 2022/23, em 7% das áreas do Estado, com 100% das lavouras avaliadas como boas até o momento.
Até a semana passada, o Deral não registrava plantio do cereal no Estado.
No mesmo período do ano passado, a semeadura estava em 3%.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)