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Queda de índice global da FGV reflete recuo da expansão do PIB

Publicado 10.08.2021, 15:53
Atualizado 10.08.2021, 16:20
© Reuters.

Agência Brasil - Os Barômetros Econômicos Globais referentes a agosto, divulgados hoje (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostram queda, provocada especialmente pela desaceleração das taxas interanuais de crescimento econômico mundial no terceiro trimestre de 2021. Apesar desse recuo, entretanto, a FGV avalia que os níveis dos indicadores são ainda elevados e compatíveis com a continuidade da atual fase de retomada da economia mundial.

Os barômetros econômicos são um sistema de indicadores que permite uma análise tempestiva do desenvolvimento econômico global e foram lançados em março de 2020 pela FGV. Os dois índices compreendem os resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países.

De acordo com a pesquisa, o Barômetro Econômico Global Coincidente, que reflete o estado atual da atividade econômica, recuou 10,1 pontos em agosto, passando para 118,1 pontos. O Barômetro Econômico Global Antecedente, que emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais, recuou 11,3 pontos, para 112,7 pontos. Todas as regiões pesquisadas mostram retração em agosto, com quedas mais acentuadas na região da Ásia, Pacífico e África, em ambos os indicadores.

Na avaliação do pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Paulo Picchetti, o relaxamento das restrições à mobilidade que vem ocorrendo com o avanço da vacinação contra a covid-19 na maioria dos países vem dando continuidade à retomada do nível de atividades. "Porém, essa retomada mostra desaceleração no início do segundo semestre do ano, em função de preocupações com novas variantes do vírus”. Picchetti completou que, “adicionalmente, a restrição de disponibilidade de insumos para a indústria, observada em todas as regiões, exerce pressões sobre custos de produção, o que por sua vez levanta preocupações em relação à evolução da política monetária, tanto em países centrais quanto emergentes”.

Barômetro Coincidente

A região da Ásia, Pacífico e África contribuiu com a maior parcela (6,3 pontos) da queda de 10,1 pontos em agosto do Barômetro Global Coincidente, seguida pelo Hemisfério Ocidental, com 2 pontos, e a Europa, com 1,8 ponto. Para o Ibre/FGV, o resultado evidencia, em grande parte, a desaceleração das taxas interanuais de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, na medida em que a economia se afasta do período-base do segundo trimestre de 2020. Todas as regiões ainda registram indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos, informou a FGV.

Dos cinco setores da pesquisa que contribuem de forma negativa para o resultado agregado do índice em agosto (construção, indústria, economia, serviços e comércio), o que mostrou recuo mais significativo, pelo segundo mês consecutivo, da ordem de 16,4 pontos, foi o indicador do setor de serviços. Apesar disso, ainda é esse setor que registra o maior nível entre os demais setores (122,9 pontos). Para a FGV, “é possível que a dificuldade de se controlar novas variantes do coronavírus esteja dificultando o retorno sustentável deste setor”.

Barômetro Antecedente

A pesquisa revela, da mesma forma, que os indicadores antecedentes das regiões da Ásia, Pacífico e África contribuem de forma negativa para o resultado do Barômetro Antecedente em agosto, com 7,8 pontos para a queda, enquanto o Hemisfério Ocidental contribui com -1,9 ponto, e a Europa com -1,6 ponto. “A desaceleração do ritmo excepcionalmente forte de expansão deve, portanto, continuar nos próximos meses. Além da desaceleração do crescimento, a piora do quadro sanitário em algumas regiões e gargalos no abastecimento de diversos insumos produtivos podem estar colaborando para a queda dos indicadores”, analisou a FGV.

Todos os indicadores antecedentes setoriais caíram em agosto. Destaque para a indústria, que havia dominado a recuperação da economia mundial até o início de 2021. Apesar de também registrarem queda, os setores de serviços, construção e comércio continuam apresentando níveis que sinalizam otimismo no curto prazo.

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