Por Luana Maria Benedito
(Reuters) -O governo quer a todo custo fazer a agenda de reformas econômicas avançar, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira, destacando que as medidas já aprovadas no Congresso começam a melhorar a perspectiva para a economia brasileira.
As medidas econômicas elaboradas pelo governo em tramitação no Congresso ou já sancionadas pela Presidência "começam a gerar um novo horizonte para a economia brasileira, que tem uma oportunidade de deslanchar se nós soubermos fazer aquilo que precisa ser feito para que os investidores nacionais e estrangeiros e a população... consigam enxergar uma perspectiva de desenvolvimento", disse Haddad.
Ele falou em reunião no Rio de Janeiro realizada para a apresentação de 17 propostas selecionadas pelo governo para colocar em debate uma agenda de reformas financeiras, voltadas em grande parte para a recuperação do crédito e incentivos aos mercados de capitais e de seguros.
Haddad defendeu que essas medidas ajudarão o país a crescer, algo necessário para as tensões não voltarem a se acirrar, segundo ele.
O ministro voltou a elogiar o arcabouço fiscal, ainda a ser aprovado definitivamente pela Câmara dos Deputados após ter sido alterado no Senado, e também afagou o Congresso ao dizer que os parlamentares tiveram "uma demonstração de maturidade que a gente tem que aplaudir" no tratamento das pautas econômicas do governo. Ele disse acreditar que novo o marco para as contas públicas será aprovado em agosto.
REFORMA TRIBUTÁRIA DA RENDA
Quando questionado sobre a segunda etapa da reforma tributária, a que mira a renda, Haddad disse estar com "muita cautela", uma vez que ela ainda precisa passar por processo de amadurecimento, ao mesmo tempo que o Senado está concentrando seus esforços na aprovação da proposta que trata da tributação sobre o consumo de bens e serviços.
Segundo Haddad, o Senado não quer que o tema das mudanças tributárias sobre o consumo saia da agenda, "para dar o arremate final na reforma e ela não ser atropelada por outras temáticas que poderiam eventualmente prejudicar o bom andamento que ela vem tendo".
O ministro disse acreditar que o Senado terá mais um trabalho de "lapidar" a reforma tributária voltada para o consumo do que criar novos dispositivos no texto, acrescentando confiar que o trabalho da Casa será "da mesma qualidade" que o feito pela Câmara dos Deputados.
A proposta de reforma tributária de bens e serviços foi aprovada na Câmara dos Deputados neste mês e ainda precisa percorrer um longo caminho no Senado, onde governadores e setores econômicos tendem a ter mais poder de influência, e pode ser modificada.
A matéria --que busca transformar cinco tributos em um Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) dual-- está entre as prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Edição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)