Por Senad Karaahmetovic
Os economistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) acreditam que o Federal Reserve, banco central dos EUA, aumentará a taxa básica de juros em 0,25% em sua reunião de política monetária na próxima quarta-feira, dando continuidade ao seu combate às pressões inflacionárias e à força do mercado de trabalho local.
“O Fed tem poucos incentivos para surpreender os mercados em um ambiente volátil, e acreditamos que o banco central demonstrará prontidão para ajustar as taxas e seu balanço, caso necessário”, escreveram em nota aos clientes.
Eles também destacaram comentários dos analistas do setor bancário da instituição, que veem um significativo aumento dos custos de captação daqui para frente, aumentando a restrição de crédito, reduzindo o crescimento das concessões e ampliando os spreads.
“Já esperávamos uma desaceleração significativa do crescimento e dos ganhos de empregos nos próximos meses, e a perspectiva de aperto substancial nas condições de crédito aumenta o risco de que um pouso suave se torne mais difícil”, acrescentaram.
A análise do Morgan Stanley mostra que um aperto permanente de +10 pontos nos padrões de crédito para empréstimos C&I levaria a uma elevação de 35 pontos-base na taxa de desemprego nos próximos dois anos.
“Apesar dos dados recentes acima das expectativas, é possível que haja um recuo rápido nas condições do mercado de trabalho”.
Eles recomendaram que os investidores monitorassem os pedidos iniciais de seguro-desemprego a cada semana em busca de evidências e alertaram que levará tempo para que as condições de crédito mais restritas apareçam nos dados macro.
“As recessões ocorreram mais de um semestre depois que os pedidos de seguro-desemprego começaram a aumentar de forma sustentada”, concluíram.