SÃO PAULO (Reuters) -O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deve ser lançado até o final de maio.
Em entrevista à Bandnews FM, ele explicou que o novo programa contará com reforço grande de concessões públicas e terá previsão de parcerias público-privadas.
No mês passado, Costa havia afirmado que o governo lançaria um novo programa de investimentos ao estilo do PAC até o final de abril.
"Ele deve ser lançado até o final de maio, porque ele está sendo construído a cada lançamento que o presidente já realizou, como o do Minha Casa Minha Vida, de retomada de obras de escolas, unidades de saúde, estradas. Isso tudo também fará parte e comporá o novo PAC", disse o ministro à emissora.
"A novidade é que o novo PAC, o novo plano de investimento para o Brasil, terá um reforço grande da parte de concessões públicas e uma inovação que será a parceria público-privada", acrescentou.
O chefe da Casa Civil também manifestou a mesma confiança expressada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera de que a proposta de novo arcabouço fiscal anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será aprovada no Congresso e votou a criticar o patamar da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano.
"No caso do arcabouço fiscal, eu acho que teremos um amplo apoio mesmo de parlamentares da oposição porque se trata de algo que vai organizar os limites de gastos", disse.
"A taxa de juros real do Brasil é a mais alta do mundo, disparado. Mesmo para países que têm a mesma taxa de inflação nossa. Nada justifica isso. Absolutamente nada justifica isso. Você provocar desemprego, recessão, fechar indústria. Nós estamos com uma crise muito forte no varejo."
Rui Costa também criticou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao lembrar que ele fazia parte de um grupo composto por ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro no WhatsApp. Na avaliação do chefe da Casa Civil, "não é adequado, não é correto" que o chefe da autoridade monetária participe de grupos de discussões ideológicas e partidárias.
O ministro também disse que Lula não tem prazo para anunciar seu indicado para a vaga do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta nesta terça do Supremo Tribunal Federal (STF).
"O presidente não colocou um prazo para si mesmo para escolher o nome que irá suceder o ministro Lewandowski. Não tem esse prazo, o presidente não está tratando isso como algo emergencial, ele vai escolher com calma e sem pressa", avisou.
(Reportagem de Eduardo Simões, Texto de Camila Moreira, edição Alberto Alerigi Jr. e Luana Maria Benedito)