Sobre a demora para um desfecho para a questão do Orçamento, a economista-chefe do Banco Santander (SA:SANB11), Ana Paula Vescovi, disse nesta segunda-feira, 12, que até 22 de abril, que é o prazo legal, terá que se dar uma solução para o problema. De acordo com ela, tem que se chegar a um acordo antes do processo de sanção do Orçamento.
Perguntada sobre se vê a redução de gastos obrigatórios feita pelo Congresso no Orçamento como rompimento de uma norma constitucional e que se o presidente sancionar o projeto como foi aprovado poderá estar sujeito a crime de responsabilidade e impeachment, Ana Paula disse que sempre esteve na ponta mais conservadora.
"A lei orçamentária é uma autorização para gasto, é a conversa com a sociedade em que você diz que o cobertor é curto e você vai administrando o cobertor. Não é jogar o problema para debaixo do tapete", disse acrescentando que não basta reduzir o Orçamento, mas que tem que reduzir a despesa em si.
De acordo com a economista, o mais importante em processos fiscais é conseguir empreender ações lá na ponta para conter despesas.
"E não é a questão contábil, e passar uma conta para outra. O que vemos aí orçamento é um recálculo de despesas obrigatórias que não passaram por redução e despesas obrigatórias ipsis litteris. Até houve postergação do pagamento do abono salarial do ano que vem, mas no restante das medidas foi um recálculo e não cabe dentro do que vão ser as despesas obrigatórias do ano", disse.
CPI
Sobre a CPI da Covid, a economista-chefe do Banco Santander disse que se apresenta como mais um elemento a antecipar a corrida eleitoral de 2022. "Vejo a CPI como mais um elemento a antecipar a corrida eleitoral. A CPI acirra os ânimos eleitorais e temos coisas a resolver até 2022", disse, acrescentando que a Comissão Parlamentar de Inquérito vai gerar mais volatilidade aos mercados.