Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O aeroporto Santos Dumont só fará voos entre o Rio de Janeiro e os terminais de Congonhas, em São Paulo, e Brasília, anunciou nesta quarta-feira feira o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A iniciativa será colocada em prática nos próximos meses, uma vez que diversas passagens de voos para outros destinos já foram vendidas, e é uma tentativa de minimizar o esvaziamento do aeroporto internacional do Galeão, também no Rio de Janeiro, que vem sofrendo com a concorrência do Santos Dumont.
O aeroporto Galeão movimentou menos de 6 milhões de passageiros no ano passado, mesmo tendo uma capacidade anual para mais de 30 milhões, enquanto o Santos Dumont teve mais de 10 milhões, segundo dados do governo federal.
"Vamos decidir data, mas o aeroporto Santos Dumont passará a ser somente para ponte aérea Rio-São Paulo, ou seja, Rio-Congonhas, e Rio-Brasília", disse Paes a jornalistas, após o encontro do qual também participaram ministros do governo federal.
"O aeroporto internacional do Rio de Janeiro volta a receber os voos domésticos que sempre teve, o que permite que seja um hub internacional", afirmou o prefeito, acrescentando que "a decisão foi tomada, o presidente Lula deu o comando e a determinação".
A concessionária Changi, de Cingapura, chegou a anunciar que pretendia devolver a concessão do Galeão, mas depois voltou atrás, em movimento que está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O Ministério de Portos e Aeroportos já tinha anunciado a intenção de reduzir voos e, consequentemente, passageiros no Santos Dumont, com objetivo de alcançar no ano que vem um fluxo máximo de 8,5 milhões de passageiros no aeroporto.