BRASÍLIA (Reuters) - O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta segunda-feira que as receitas federais estão fortes, mas fez alerta sobre a elevação de gastos previdenciários e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos carentes e pessoas com deficiência.
Em entrevista para comentar dados fiscais do governo, Ceron afirmou que o crescimento dessas despesas “é sinal de alerta” e demanda monitoramento.
No primeiro trimestre deste ano, o gasto com benefícios previdenciários cresceu 5,3% acima da inflação em relação ao mesmo período de 2023, segundo os dados do Tesouro. O número foi influenciado pela antecipação de precatórios, mas também teve impacto do crescimento vegetativo dos pagamentos e da política de valorização do salário mínimo.
No caso do BPC, também influenciado pela alta real do piso nacional, o primeiro trimestre do ano registrou elevação de 17,2% nos desembolsos na comparação com o mesmo período do ano passado.
"Esse item está sendo avaliado e merece de fato cuidados, e eventualmente medidas que permitam que a dinâmica dessa despesa tenha um crescimento compatível com a sustentabilidade fiscal", disse.
Ceron ainda afirmou que o desempenho das contas federais no primeiro trimestre indica que o governo poderá encerrar o ano dentro da margem de tolerância para a meta de superávit primário estabelecida no arcabouço fiscal. O alvo é de déficit zero, com tolerância de 0,25% do PIB.
Segundo ele, outras medidas fiscais ainda podem ser anunciadas caso o governo observe frustrações de algum item de receita ao longo do ano.
(Por Bernardo Caram)