Por Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de sancionar um pacote de auxílio de 1,9 trilhão de dólares devido ao coronavírus ganhou ímpeto nesta sexta-feira, quando o Senado dos EUA aprovou um plano orçamentário que permite que os democratas avancem a lei no Congresso nas próximas semanas com ou sem apoio dos republicanos.
Ao fim de 15 horas de debate e votações de dúzias de emendas, o Senado se encontrou em um empate de 50 x 50, de acordo com linhas partidárias, em relação à aprovação do plano orçamentário. O impasse foi quebrado pela vice-presidente Kamala Harris, cujo “sim” deu a vitória aos democratas.
Foi um “gigantesco primeiro passo” para passar o tipo de lei de auxílio abrangente que Biden colocou no topo da sua agenda legislativa, afirmou o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer.
Pouco antes da votação final, democratas testaram sua força ao oferecer uma emenda revertendo três votações anteriores que os republicanos haviam vencido.
Elas usavam a batalha por auxílio contra os efeitos do coronavírus para expressar apoio ao oleoduto da Keystone XL, entre Canadá e Estados Unidos, que Biden bloqueou, e a um fraturamento hidráulico para extrair óleo e gás natural do solo.
Uma emenda dos republicanos barrando auxílio a imigrantes vivendo nos Estados Unidos ilegalmente também foi revertida.
Presidindo a sessão, a democrata Harris quebrou o impasse de 50 x 50 para reverter as vitórias dos republicanos.
Foi a primeira vez que Harris, em seu papel como presidente do Senado, votou para quebrar o empate em uma votação, após ser empossada como vice de Biden, em 20 de janeiro.
Antes de terminar seu trabalho, o Senado aprovou uma série de emendas ao plano orçamentário, que já haviam sido passadas pela Câmara na quarta-feira. Como resultado disso, a Câmara agora precisa votar para aceitar as mudanças do Senado, o que pode acontecer ainda nesta sexta-feira.
Por exemplo, o Senado acrescentou uma medida que pede mais financiamentos para hospitais rurais, cujos recursos estão pressionados por causa da pandemia.
(Reportagem de Richard Cowan)