BRASÍLIA (Reuters) - Servidores do Banco Central fizeram nova paralisação parcial das atividades nesta quarta-feira, com adesão superior a 50% dos quadros da autarquia, informou o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal).
A entidade afirmou em nota que, diante de gargalos nas negociações com o governo, foi aprovado indicativo para nova interrupção parcial das atividades dia 24 de fevereiro, com possibilidade de greve por tempo indeterminado a partir de março.
O grupo, que reivindica reajustes salariais, já havia feito uma parada de atividades em janeiro. O movimento ganhou força após o governo autorizar a liberação de recursos para ampliar remuneração de carreiras de segurança pública, sem extensão do benefício a outras categorias.
"As últimas declarações do presidente Bolsonaro, do deputado Ricardo Barros e dos ministros Ciro Nogueira e Paulo Guedes sugerem ainda que o reajuste será dado somente para os policiais federais, excluindo os servidores do BC", disse o sindicato.
Embora haja 1,7 bilhão de reais reservado para reajustes no Orçamento deste ano, o governo argumenta que ainda não há definição formal sobre a destinação dessa verba. Eventual aumento a policiais dependerá de aprovação do Congresso.
De acordo com o Sinal, há indicação de uma nova reunião de representantes dos servidores com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, mas a data ainda não está definida.
Questionado sobre eventual impacto da paralisação sobre serviços e atividades, o Banco Central informou que não vai comentar.
Para a nova paralisação, o Sinal afirma que atuará para atingir adesão de 70% dos servidores. Segundo o sindicato, o grupo aguardará uma resposta do governo até dia 24 para debater a possibilidade de greve.
(Por Bernardo Caram)