SÃO PAULO (Reuters) - O setor da construção civil deve crescer este ano mais do que o previsto anteriormente, após uma queda de 0,5% no ano passado, afirmou nesta segunda-feira a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
A entidade revisou para cima sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil em 2024 de expansão de 1,3% para avanço de 2,3%.
Entre as razões, disse a Cbic, estão a alta contínua das contratações, a expectativa positiva das empresas para compras e lançamentos e a projeção positiva para o crescimento da economia brasileira no ano, além dos efeitos das adequações previstas para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
No entanto, a entidade chamou atenção para a perda de recursos da caderneta de poupança desde 2020, que tem resultado em um menor volume disponível para o financiamento imobiliário.
Além disso, preocupa a Cbic o aumento do financiamento de imóveis usados, via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em detrimento de imóveis novos, o que "pode desacelerar a produção e impactar a geração de novos postos de trabalho".
Segundo a entidade, o financiamento de imóveis usados com uso de recursos do FGTS cresceu mais que o de imóveis novos na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e mesmo período do ano passado.
A Cbic também destacou um aumento dos custos da construção, desde materiais até mão de obra, que seguem em níveis elevados, mas afirmou que empresários do setor estão com expectativas positivas para o nível de atividades da construção.
"Isso gera uma expectativa positiva também para a compra de insumos e matérias primas", disse a entidade em comunicado.
O total de profissionais registrados na construção avançou 6,71% em fevereiro deste ano versus fevereiro de 2023.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)