BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira que só trabalha com "critério técnico e científico", enquanto existem pessoas que trabalham com "critérios políticos", ao comentar sobre um encontro realizado entre o presidente Jair Bolsonaro e médicos em que teria se discutido o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19.
Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Mandetta foi questionado sobre o motivo pelo qual não participou do encontro.
"Eu só trabalho com critério técnico e científico, opiniões só trabalho com a academia, com o que é ciência. Agora, existem as pessoas que trabalham com critérios políticos, que são importantes. Deixe que eles trabalhem, não me ofende em nada", disse.
"Eu não proíbo reunião de ninguém, as pessoas são livres para conversar. Querem me trazer sugestão? Seja do lado A, do B do C, tragam com ciência, pesquisa e referendada pelo Conselho Federal de Medicina, que é quem vê questão de medicamento", completou.
Mandetta afirmou que medicamento é uma arma que está no arsenal dos médicos e a responsabilidade de prescrição e dos efeitos são deles.
"Para isso que existe uma ciência chamada medicina. Você faz vestibular, estuda 6 anos, conclui, e se submete às regras da medicina. Estou obedecendo regras da medicina, e é em cima delas que vou trabalhar, com técnica, o resto eu ano analiso", disse.
Mandetta destacou que ainda não há estudo científico consolidado que recomende o uso da cloroquina para quaisquer pacientes com Covid-19. Citou que esse medicamento pode causar arritmia cardíaca. Segundo ele, não há segurança para falar que o uso dele é bom para todo mundo.
(Reportagem de Ricardo Brito)