BRASÍLIA (Reuters) - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta segunda-feira que a recente soltura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o clima de instabilidade política em países da América Latina, como Bolívia e Chile, não atrapalham o andamento, no Congresso Nacional, das reformas econômicas propostas pela equipe econômica do governo.
"Acho que, na verdade, eventualmente, você vai ter mais debates sobre as reformas, o que é bom. Quando você faz mudanças em uma sociedade, baseadas em um debate profundo, é bom, porque essas mudanças são com convicções, né?", pontuou à Reuters.
Ele acrescentou, sobre eventual impacto da soltura de Lula, beneficiado pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) da última semana que barrou, por 6 votos a 5, a prisão após segunda instância, que o país não precisa ficar tão preocupado sobre "quem são os atores políticos".
No sábado, Lula fez um discurso fortemente crítico ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e a suas concepções econômicas.
"Acho que a gente não precisa ter receio, enfim, de ter um 'político A', 'político B', 'político C' (solto), isso não faz sentido", afirmou Mansueto. "Você tem que colocar o debate no Congresso Nacional, e ver como isso evolui. Se houver resistência, você tenta explicar o porquê daquelas reformas. Se você convence a população e os parlamentares, você faz as mudanças. Se não, você não faz. É assim em uma democracia."
(Por Jake Spring, texto de Gabriel Ponte)