Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros fecharam entre estabilidade e queda ao longo dos principais vencimentos nesta sexta-feira, em mais uma sessão marcada pela baixa liquidez na volta de um feriado nos Estados Unidos, enquanto investidores reagiram ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que prorrogava a desoneração da folha de pagamento de 17 setores.
A taxa do DI para janeiro de 2025 caiu para 10,445%, ante 10,497% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 recuou a 10,18%, ante 10,224% do ajuste anterior.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 cedeu para 10,34%, ante 10,352%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,605%, sem se afastar muito dos 10,6% da sessão anterior. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,99%, ante 10,979%.
Segundo operadores, os movimentos do mercado de juros refletiram em parte uma sessão morna no exterior, já que os mercados norte-americanos fecharam mais cedo na volta do Dia de Ação de Graças. No mercado de Treasuries, os rendimentos de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subiram.
Mas o principal catalisador do dia foi o veto de Lula ao projeto que prorrogava até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, que teve sua votação concluída no Congresso no fim de outubro e poderia implicar perda de arrecadação num momento em que o governo se esforça para melhorar a situação fiscal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se comprometeu a buscar uma alternativa ao benefício.
"Se pensarmos na questão do ponto de vista fiscal, (o veto) é bem positivo, mas não se tem tanta clareza e tanta certeza quanto aos impactos na questão política, justamente pela articulação entre governo e Congresso", disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX, chamando a atenção para a notícia como principal direcionadora do movimento dos DIs nesta sexta-feira.
A expectativa de participantes do mercado e até da ala política é de que o veto ao projeto da desoneração da folha seja derrubado no Congresso.
Apesar das incertezas, "a base do governo, a equipe econômica, acabou tendo uma resposta muito rápida referente ao tema, disse que vai apresentar medidas para aumentar as receitas e também apresentar ao Congresso uma alternativa para a desoneração da folha de pagamentos", avaliou Riauba.