Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros fecharam a terça-feira pós-Natal em leve baixa, em sintonia com o pequeno recuo dos rendimentos dos títulos norte-americanos de dez anos, numa sessão marcada pela baixa liquidez e pela expectativa, no Brasil, pelo anúncio de novas medidas no âmbito fiscal.
Como era de se esperar para a última semana do ano, espremida entre o Natal e o Ano Novo, o volume de negócios foi reduzido nos mercados - alguns deles nem abriram em função do “Boxing Day”, feriado adotado por vários países, em especial os de língua inglesa.
Neste cenário, os rendimentos do Treasury de dez anos - referência global para decisões de investimento - se mantiveram na maior parte do dia em leve baixa, ainda sob a percepção, trazida pelos dados econômicos mais recentes, de que o Federal Reserve pode iniciar o processo de corte de juros já em março de 2024.
A leve queda dos yields favoreceu o viés de baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil, vista durante boa parte do dia, embora os movimentos fossem contidos.
Além da liquidez menor e da ausência de indicadores mais relevantes, a curva a termo brasileira carecia de novidades em Brasília, após o Congresso ter entrado no período de recesso. No horizonte, apenas a expectativa de que o Ministério da Fazenda possa anunciar, ainda em 2023, novas iniciativas na área fiscal, mirando a meta de resultado primário zero no próximo ano.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que anunciará as novas medidas assim que elas estiverem prontas.
Também pela manhã, o relatório Focus divulgado pelo Banco Central mostrou redução de 9,25% para 9,00% da taxa básica Selic projetada pelo mercado para o fim de 2024. Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano. A projeção para a inflação no próximo ano foi de 3,93% para 3,91%.
No fim da tarde desta terça-feira a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,035%, ante 10,047% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,585%, ante 9,606% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 estava em 9,69%, ante 9,696%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 9,905%, ante 9,92%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,24%, ante 10,269%.
Perto do fechamento a curva a termo precificava 94% de chances de o corte da taxa básica Selic em janeiro ser de 0,50 ponto percentual, como vem sinalizando o BC.
Às 16:36 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos caía 2,10 pontos-base, a 3,8874%.