WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que não irá relacionar um muito esperado acordo comercial com a China a seu desejo declarado publicamente de que Pequim investigue o ex-vice-presidente Joe Biden, um possível rival nas eleições presidenciais de 2020.
Falando a repórteres antes de deixar a Casa Branca, Trump disse que as negociações para acabar com a guerra comercial dos EUA com a China estavam separadas de qualquer investigação sobre Biden, que Trump tem acusado de corrupção estrangeira.
"Uma coisa não tem nada a ver com a outra", disse o presidente ao ser perguntado se teria mais chances de fazer um acordo com a China se o país asiático investigasse Biden. "Quero fazer um acordo comercial com a China, mas apenas se for bom para o nosso país."
Na quinta-feira, Trump, um republicano, pediu publicamente à China que investigue Biden, um democrata, provocando preocupações de que ele estaria novamente buscando interferência estrangeira na eleição dos Estados Unidos.
Na semana passada, Trump divulgou uma transcrição de uma ligação em que pedia ao presidente da Ucrânia que também investigasse Biden, pedido que desencadeou uma investigação do Congresso sobre se ele deveria sofrer impeachment.
Trump confirmou nesta sexta-feira que enviaria uma carta à presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, solicitando que a Casa realize uma votação completa para aprovar formalmente o inquérito, uma medida que poderia atrasar o processo.
(Reportagem de Steve Holland)