Por Trevor Hunnicutt e Alexandra Alper
WILMINGTON, Delaware/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, liderava a apuração no decisivo Estado da Flórida contra o adversário democrata, Joe Biden, nesta terça-feira, enquanto outros Estados decisivos que irão ajudar a decidir a eleição, incluindo a Carolina do Norte, permaneciam indeterminados.
Os dois candidatos dividiram as vitórias nos primeiros Estados a terem resultados projetados na corrida à Casa Branca, como esperado, com Estados conservadores, como Alabama, Indiana, Kentucky e Tennessee indo para Trump, enquanto Massachusetts, Vermont, Nova York Connecticut indo para Biden, de acordo com projeções de redes de televisão e da Edison Research.
No entanto, nenhum dos 12 Estados considerados decisivos para a disputa, que irão decidir de fato o vencedor, estavam resolvidos após o fechamento das urnas na maioria dos Estados, e com disputas acirradas em muitos deles.
No decisivo Estado da Flórida, necessário para o republicano em sua busca pelos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para ganhar a Presidência, Trump liderava com 51,2% ante 47,8% de Biden, com 94% dos votos apurados. Os votos do Colégio Eleitoral são atribuídos a cada Estado, em parte com base em sua população.
Biden disputava lado a lado com Trump o também decisivo Estado da Carolina do Norte, com Trump ligeiramente à frente (49,8% contra 49%), com 89% dos votos apurados.
Em Ohio, outro Estado obrigatório para Trump, o presidente estava liderando, com 51,8% dos votos contra 46,8% do rival democrata, com 74% dos votos contabilizados. No Texas, Trump liderava com 51% dos votos, contra 47,6% de Biden, com 79% dos votos apurados.
Os eleitores, muitos deles usando máscaras e mantendo o distanciamento social para se protegerem contra o contágio pelo coronavírus, passaram por longas filas em algumas locações, e por curtos períodos de espera em muitas outras. Não houve sinais de perturbações ou violência em zonas eleitorais, como temiam algumas autoridades.
O vencedor --que pode não ser determinado por dias-- irá liderar um país golpeado por uma pandemia que matou mais de 231 mil de pessoas e deixou milhões sem emprego, repleto de tensões raciais e de polarização política que apenas se intensificou durante a virulenta campanha.
Um terço dos eleitores norte-americanos escolheu a economia como a principal questão para escolher o próximo presidente, enquanto 2 em cada 10 citaram a Covid-19, de acordo com a pesquisa de boca de urna da Edison Research nesta terça-feira.
Na pesquisa nacional de boca de urna, quatro de cada 10 eleitores disseram que acreditavam que as iniciativas para conter o vírus estavam indo "muito mal". Nos Estados cruciais da Flórida e da Carolina do Norte, que podem decidir a eleição, cinco de cada 10 eleitores disseram que a resposta nacional à pandemia estava indo "um pouco ou muito mal".
Biden, ex-vice-presidente democrata, colocou a condução de Trump da pandemia no centro de sua campanha e manteve uma liderança consistente nas pesquisas nacionais de intenção de votos sobre o presidente republicano.
Biden, de 77 anos, parecia ter múltiplos caminhos para a vitória no Colégio Eleitoral, a instituição que determina o vencedor, de Estado para Estado. Pelo menos 270 votos eleitorais, determinados pela população de cada Estado, são necessários para vencer.
Trump, de 74 anos, está com um número significativo o bastante de intenções de voto em diversos Estados cruciais, o suficiente para repetir o tipo de virada que conseguiu em 2016, quando derrotou a democrata Hillary Clinton apesar de perder o voto popular nacional por cerca de 3 milhões.
Apesar da divulgação dos primeiros resultados, a apuração pode continuar por dias.
"Estou esperançoso", disse Biden a jornalistas em seu Estado do Delaware, após aparecer anteriormente no decisivo Estado da Pensilvânia para fazer um apelo de última hora a seus eleitores.
"O que estou ouvindo", acrescentou o democrata, "é que há um comparecimento esmagador, e esmagador especialmente por causa de jovens, mulheres" --e em alguns Estados por causa de eleitores negros mais velhos-- grupos que podem favorecê-lo.
Em Arlington, na Virgínia, Trump afirmou: "Eu acredito que teremos uma grande noite... Mas é política, e são as eleições, e você nunca sabe. Ganhar é fácil. Perder nunca é fácil - não para mim", acrescentou Trump.
Mapa interativo, em tempo real, produzido pela Reuters, para acompanhar o resultado das eleições norte-americanas: https://amers2.apps.cp.thomsonreuters.com/Apps/news-monitor#savedinstance=true
(Reportagem de Trevor Hunnicutt em Scranton, Pensilvânia, e Doina Chiacu em Washington; Reportagem adicional de Steve Holland e Susan Heavey em Washington e Katanga Johnson e Rich McKay em Atlanta)