Por John O'Donnell
(Reuters) - O UBS Group AG (SIX:UBSG) está avaliando neste sábado uma aquisição de seu abalado concorrente suíço Credit Suisse (SIX:CSGN), disseram fontes, um movimento que pode acalmar os temores de que uma crise em andamento possa desestabilizar o sistema bancário global.
O Credit Suisse, com 167 anos de existência, é o maior nome envolvido na turbulência do mercado desencadeada pelo colapso dos bancos norte-americanos Silicon Valley Bank e Signature Bank na semana passada, durante a qual o banco suíço perdeu um quarto de seu valor de mercado.
Para controlar a crise, o UBS está sendo pressionado pelas autoridades suíças a realizar uma aquisição de seu rival local, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto. O plano pode fazer com que o governo suíço ofereça uma garantia contra os riscos envolvidos, enquanto os negócios suíços do Credit Suisse podem ser desmembrados.
O UBS, o Credit Suisse e o regulador financeiro da Suíça, Finma, se recusaram a comentar.
O Financial Times citou pessoas familiarizadas com o assunto dizendo que o UBS, Credit Suisse e os reguladores estavam correndo para finalizar um acordo de fusão já no sábado à noite.
O diretor financeiro do Credit Suisse, Dixit Joshi, e suas equipes se reuniram no fim de semana para avaliar suas opções para o banco, disseram à Reuters pessoas com conhecimento do assunto, e houve vários relatos de interesse de concorrentes.
Gigante financeiro dos Estados Unidos, a BlackRock (NYSE:BLK) disse que não tem planos ou interesse em uma oferta rival pelo Credit Suisse, enquanto a Bloomberg noticiou que o Deutsche Bank estava analisando a possibilidade de comprar alguns dos ativos do banco.
O preço das ações do Credit Suisse oscilou amplamente durante a semana, e o banco foi forçado a recorrer a 54 bilhões de dólares em financiamento do banco central.
O clima na Suíça, há muito considerado um ícone da estabilidade bancária, era de melancolia enquanto os executivos lutavam com o futuro dos maiores credores do país.
"Bancos em estresse permanente" era a manchete da primeira página do jornal Neue Zuercher Zeitung neste sábado.
(Reportagem das redações da Reuters)