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Ucrânia condena ação "imoral" após Moscou dizer que deixará civis fugirem, para a Rússia

Publicado 07.03.2022, 09:07
Atualizado 07.03.2022, 09:16
© Reuters. Membros da comunidade judaica de Odessa fogem da invasão russa da Ucrânia
07/02/2022 REUTERS/Alexandros Avramidis
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LVIV/KIEV, Ucrânia (Reuters) - A Rússia anunciou nesta segunda-feira novos "corredores humanitários" para transportar ucranianos encurralados por seu bombardeio, mas eles poderiam ir apenas para a própria Rússia e para sua aliada Belarus, uma medida imediatamente criticada por Kiev como imoral.

O anúncio ocorre após dois dias de cessar-fogo fracassado para permitir que civis fugissem da cidade sitiada de Mariupol, onde centenas de milhares de pessoas estão presas sem comida e água, sob bombardeio implacável, e não se pode retirar feridos.

Os novos "corredores" seriam abertos às 10h, horário de Moscou (4h em Brasília), a partir da capital Kiev e das cidades do leste de Kharkiv e Sumy, além de Mariupol, disse o Ministério da Defesa da Rússia.

De acordo com mapas publicados pela agência de notícias RIA, o corredor de Kiev levaria até Belarus, enquanto os civis de Kharkiv teriam permissão para ir apenas à Rússia. A Rússia também montaria uma ponte aérea para levar os ucranianos de Kiev para a Rússia, segundo o ministério.

"As tentativas do lado ucraniano de enganar a Rússia e todo o mundo civilizado... são inúteis desta vez", disse o ministério.

Um porta-voz do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy chamou a medida de "completamente imoral" e disse que a Rússia está tentando "usar o sofrimento das pessoas para criar uma imagem de televisão".

"Eles são cidadãos da Ucrânia, deveriam ter o direito de serem retirados para o território da Ucrânia", afirmou o porta-voz à Reuters.

"Este é um dos problemas que está causando o colapso dos corredores humanitários. Eles parecem concordar com eles, mas eles mesmos querem fornecer ajuda humanitária para um filme na TV e querem que os corredores levem em sua direção."

A invasão da Rússia foi condenada em todo o mundo, fez mais de 1,5 milhão de ucranianos fugirem para o exterior e desencadeou sanções abrangentes que isolaram a Rússia em um grau nunca antes experimentado por uma economia tão grande.

© Reuters. Membros da comunidade judaica de Odessa fogem da invasão russa da Ucrânia
07/02/2022 REUTERS/Alexandros Avramidis

A Rússia nega mirar deliberadamente civis. Chama a campanha lançada em 24 de fevereiro de "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e remover líderes que chama de neonazistas. A Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam isso de pretexto transparente para uma invasão para conquistar uma nação de 44 milhões de pessoas.

Os preços do petróleo atingiram seus níveis mais altos desde 2008 no mercado asiático depois que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava avaliando a proibição de importações de petróleo russo. A Rússia fornece 7% da oferta global e, embora os Estados Unidos não sejam um grande consumidor de petróleo russo, tal proibição repercutiria nos mercados mundiais.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia disse que as forças russas estão "começando a acumular recursos para o ataque a Kiev", uma cidade de mais de 3 milhões de habitantes, após dias de lento progresso em seu principal avanço ao sul de Belarus.

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