BRUXELAS (Reuters) - Dezessete membros da Organização Mundial do Comércio, incluindo União Europeia e China, concordaram nesta sexta-feira em criar um mecanismo temporário para resolver disputas comerciais depois que os Estados Unidos paralisaram o órgão de apelação da OMC no mês passado.
A Comissão Europeia disse que os membros da OMC envolvidos concordaram que essa medida de contingência preservará o sistema de disputas em duas etapas da OMC até que seu próprio Órgão de Apelação fique operacional novamente.
Washington congelou o Órgão de Apelação, que atua como um tribunal supremo para o comércio internacional, bloqueando as nomeações por mais de dois anos. Dois dos três membros do órgão chegaram ao fim de seus mandatos em dezembro, deixando-o incapaz de emitir decisões.
A UE já havia se unido à Noruega e ao Canadá anteriormente para formar um órgão de apelação separado que poderia resolver disputas.
Os outros países que se inscreveram nesta sexta-feira são Brasil, Austrália, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Coreia do Sul, México, Nova Zelândia, Panamá, Cingapura, Suíça e Uruguai.
Enquanto os Estados Unidos estão fora do grupo, o presidente dos EUA, Donald Trump, falando em Davos na quarta-feira, prometeu uma ação "muito dramática" para a OMC, sediada em Genebra. O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, deve visitar Washington em breve.
Uma fonte da UE disse que o fato de o governo Trump estar envolvido com a OMC é bem-vindo para o bloco, e que muitos membros do órgão acreditam que a OMC precisa ser reformada para refletir as mudanças na economia global, incluindo a ascensão da China.
(Por Philip Blenkinsop)