Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia está deixando suas opções em aberto depois que os Estados Unidos ameaçam atingir mercadorias francesas com tarifas de até 100%, embora as negociações e um apelo à Organização Mundial do Comércio sejam suas escolhas preferidas.
Washington disse na segunda-feira que pode impor taxas de até 100% sobre 2,4 bilhões de dólares em importações da França -- como champanhe, bolsas, queijo e outros produtos -- depois de concluir que o novo imposto sobre serviços digitais da França prejudicará as empresas de tecnologia dos EUA.
O chefe de comércio da UE, Phil Hogan, que iniciou seu trabalho esta semana, encontrou-se com o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, nesta quarta-feira para discutir o assunto, sobre o qual também falou a nova chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Le Maire disse a repórteres que Hogan garantiu que a União Europeia vai se unir em defesa da França.
"As sanções propostas são inaceitáveis e a Comissão Europeia confirmou que todas as opções estão sobre a mesa", afirmou.
Hogan garantiu a Le Maire que, como em todos os assuntos relacionados ao comércio, a UE vai agir e reagir como uma só, disse um porta-voz da Comissão.
A Comissão, que coordena a política comercial em nome dos 28 membros do bloco monetário, sempre preferiu resolver disputas comerciais na OMC.
No entanto, se os EUA simplesmente avançarem com as tarifas, a UE reagirá "de maneira proporcional", disse um porta-voz da Comissão, citando Hogan.