Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que as bancadas da Casa avaliarão, até a quarta-feira, o pedido de urgência para o projeto que autoriza a mineração em reservas indígenas.
O tema já vinha sendo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados, mas ganhou proporção com a movimentação de Barros pela coleta das assinaturas necessárias para a apresentação do requerimento que confere o regime de urgência de tramitação à proposta.
Bolsonaro voltou à carga a favor do projeto usando a guerra na Ucrânia como justificativa, diante do impacto no fornecimento de fertilizantes ao Brasil, uma vez que a Rússia é importante exportadora do produto ao país.
"Urgência do PL 191/20, mineração em terras indígenas será avaliada pelos senhores líderes, consultando suas bancadas até amanhã", publicou Barros em seu perfil do Twitter após almoço de entre líderes da Câmara com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), na Residência Oficial.
Na última semana, o líder já havia anunciado que trabalhava pela coleta de assinaturas para o requerimento que, se aprovado, permitirá a análise do projeto sobre mineração diretamente no plenário da Câmara, sem a necessidade de votações em comissões.
O país importa cerca de 85% do seu consumo de fertilizantes, incluindo potássio, que enfrenta um "gargalo" maior em função do conflito. No caso dos potássicos, as compras externas do país somam 96% do consumo.