Agência Brasil - A venda de veículos caiu 3,2% em janeiro deste ano na comparação com janeiro do ano passado, passando de 199,8 mil unidades para 193,5 mil. Na comparação com dezembro, quando foram vendidos 262,6 mil veículos, também houve queda (26,3%). Os dados foram divulgados hoje (6) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, essa queda é normal para o período, no qual as vendas competem com as férias escolares, sendo um momento em que muitos consumidores viajam. "[O resultado] também foi afetado pelo novo sistema de placas, principalmente em São Paulo."
O balanço mensal da Anfavea mostrou ainda que a produção brasileira de veículos também caiu (3,9%), na comparação de janeiro a janeiro. Neste ano foram produzidas 191,4 mil unidades e, em janeiro do ano passado, foram 199,1 mil. Já na comparação com dezembro houve aumento da produção (12,2%). "Algumas fábricas tiveram uma semana de férias coletivas, outras deram duas semanas, o que é normal, mas os números estão em linha com o que estamos imaginando", disse Moraes.
Segundo a Anfavea, as exportações de veículos montados continuam apresentando queda. Na comparação com janeiro do ano passado, o recuo foi de 20,0%, com 20 mil unidades comercializadas no mercado externo. Em relação a dezembro, quando foram vendidas 29,0 mil unidades, as exportações caíram 30,9%.
"Estamos passando por crise na Argentina, mudou o cenário. Nós temos um novo governo lá que está começando a tomar as medidas. A tendência é voltar a crescer, mas ainda é muito cedo para dizer quando isso vai acontecer e qual o tamanho desse crescimento", afirmou o presidete da Anfavea.
Moraes lembrou que as exportações são muito importantes para o setor e disse que, por isso, o tema preocupa. A Anfavea prevê queda este ano no setor, com números até piores do que os do ano passado, quando foram exportados 428 mil unidades. A previsão para este ano é de 380 mil. "Precisamos ter mais exportação e precisamos resolver saldo credor de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], resíduos tributários, reforma tributária, e se não atacarmos mais rápido esse tema, teremos mais dificuldades. E isso não é só um problema do setor automotivo", afirmou o presidente da Anfavea.
Ele acrescentou que as projeções para 2020 são as de mais de 3 milhões de veículos emplacados, com a produção crescendo 7,3%.