Por Leika Kihara
SHIZUOKA, Japão (Reuters) - O vice-presidente do Banco do Japão, Masazumi Wakatabe, alertou nesta quinta-feira contra o enfraquecimento da meta de inflação de 2% do banco central japonês, dizendo que isso prejudicaria os efeitos de sua política monetária ultrafrouxa.
Ele também disse que o banco central deve ser cauteloso ao fazer novos ajustes em sua política de controle da curva de rendimento (YCC), como ampliar o limite de variação em torno do rendimento do título de 10 anos.
As declarações vieram após uma proposta de um painel de acadêmicos e empresários para tornar a meta de inflação um objetivo de longo prazo, em vez de um que deve ser alcançado rapidamente, para que o Banco do Japão possa elevar os juros com mais flexibilidade.
Wakatabe, um defensor vocal do afrouxamento monetário agressivo, disse que enfraquecer a meta de inflação corre o risco de tornar o objetivo da política monetária do banco central muito vago.
"Isso pode minar a transparência da política monetária e sua eficácia", disse ele em um discurso. "Isso se aplica a lidar não apenas com a deflação, mas também com a inflação."
Wakatabe também disse que não houve "absolutamente nenhuma mudança" no compromisso do banco central de manter uma política ultrafrouxa.
Com a inflação excedendo a meta de 2%, os mercados estão especulando que o Banco do Japão começará a aumentar os juros quando o mandato do presidente Haruhiko Kuroda terminar em abril.
Os críticos da política ultrafrouxa do banco central japonês alertam para o custo crescente do afrouxamento prolongado, como distorções de mercado causadas pela defesa implacável do banco de seu limite de rendimento.
(Reportagem de Leika Kihara)