Por Andrea Shalal
NIIGATA, Japão (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, destacou a luta contra a mudança climática e outros objetivos compartilhados entre EUA e Brasil, em uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Japão nesta quinta-feira.
O Japão, que preside o Grupo das Sete economias avançadas este ano, convidou o Brasil para participar da reunião desta semana entre os ministros das Finanças e banqueiros centrais do G7, juntamente com a Índia, a Indonésia e a União Africana. O Brasil liderará o Grupo das 20 (G20) principais economias no próximo ano.
Yellen deu as boas-vindas à participação do Brasil, dizendo que os EUA e o Brasil, as maiores democracias das Américas, estão unidos na defesa de seus valores democráticos no país e no exterior.
"Todos nós devemos fazer parcerias para lidar com os desafios globais que enfrentamos hoje, e o papel do Brasil nesses esforços globais será fundamental em sua presidência do G20 no próximo ano", disse ela a Haddad, em observações preparadas para serem entregues no início da reunião na cidade japonesa de Niigata, onde acontece o encontro do G7.
Os dois países também compartilham objetivos sobre mudanças climáticas, construção de infraestrutura de alta qualidade, mobilização de capital privado para o desenvolvimento e combate à pobreza, disse ela.
"Em um momento de maior incerteza e riscos, devemos trabalhar juntos para mostrar aos países em desenvolvimento que o G20 pode oferecer soluções práticas e acionáveis", disse Yellen.
A reunião ocorre semanas depois que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, disse que contribuiria com 500 milhões de dólares para o Fundo Amazônia, embora tenha havido tensões entre os dois países sobre o envio de armas ocidentais para a Ucrânia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irritou alguns no Ocidente ao dizer que Washington estava incentivando a guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Posteriormente, ele atenuou seus comentários e condenou a Rússia por violar a integridade territorial da Ucrânia.
Yellen não abordou a posição do Brasil sobre a invasão da Rússia em seus comentários preparados. Ela falou sobre um grande esforço dos Estados Unidos e de seus aliados para perseguir qualquer evasão de sanções por parte da Rússia e destacou os esforços para construir cadeias de suprimentos mais resilientes junto com países de renda baixa e média.
"Como amigos e importantes parceiros comerciais, buscamos aprofundar nosso relacionamento econômico", disse ela, elogiando o que chamou de "progresso significativo do Brasil na modernização de seu sistema financeiro".
O Tesouro norte-americano também está trabalhando com as autoridades brasileiras para ajudá-las a expandir as parcerias público-privadas e o financiamento de longo prazo por meio dos mercados de capitais, disse ela.