Por Andrea Shalal e David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, não comparecerá a algumas sessões do encontro entre autoridades financeiras do G20 nesta semana em protesto contra o ataque da Rússia à Ucrânia e demandará aos membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que aumentem a pressão sobre Moscou, disseram autoridades seniores do Tesouro norte-americano nesta segunda-feira.
O Departamento do Tesouro se concentrará em reprimir aqueles que buscam evitar as amplas sanções impostas à Rússia durante a guerra e aqueles que facilitam esses esforços, disse um dos funcionários.
A decisão de Yellen de não participar de algumas sessões acompanhadas por autoridades russas ressalta a visão dos EUA de que a Rússia deveria ser excluída das instituições financeiras globais por causa de sua invasão, disse a autoridade.
O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, pode participar virtualmente de pelo menos partes da reunião do G20, disse a autoridade, repetindo comentários recentes de Yellen de que não pode mais ser "uma situação normal" para a Rússia no G20 e em outras instituições internacionais.
Yellen participará da abertura da sessão de finanças do G20 sobre o impacto econômico da guerra da Rússia na Ucrânia, que inclui a previsão do FMI de uma contração de 35% na produção econômica ucraniana neste ano. Mesmo que as autoridades russas façam parte dessa sessão, a autoridade do Tesouro dos EUA disse que era importante para Yellen participar junto aos aliados norte-americanos em apoio a Kiev.
Washington e seus aliados prosseguirão as consultas sobre as sanções impostas à Rússia, incluindo o foco em impedir a evasão das sanções anteriormente impostas, disse uma autoridade.
A autoridade se recusou a discutir os próximos passos específicos, mas acrescentou que sanções adicionais, incluindo medidas visando as indústrias russas, buscariam restringir ainda mais a economia russa e a capacidade de projetar poder.
Yellen convocará um painel de alto nível na terça-feira para discutir a resposta global a uma crise de segurança alimentar exacerbada pela invasão da Rússia, disse o Departamento do Tesouro.
Moscou chama o ataque à Ucrânia de "operação militar especial".