Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, apresentou nesta quarta-feira detalhes de um plano de elevação de impostos corporativos vinculado à proposta de investimento em infraestrutura do presidente Joe Biden, com o objetivo de arrecadar 2,5 trilhões de dólares em novas receitas em 15 anos impedindo a evasão fiscal.
O plano de Yellen depende da negociação de uma taxa de imposto corporativa mínima global de 21% com as principais economias e um imposto mínimo à parte de 15% sobre a receita "contabilizada" destinada às maiores companhias norte-americanas. Dezenas de grandes empresas dos EUA usam estratégias tributárias complexas para reduzir suas obrigações fiscais federais a zero.
Yellen afirmou que as promessas de aumento do investimento dos EUA por empresas diante das reduções de tributos aplicadas pelos republicanos em 2017 não se concretizaram. Em vez disso, os cortes da era Trump levaram a uma queda expressiva na receita tributária como parcela da produção econômica, com incentivos contínuos para transferir os lucros para o exterior, disse ela a repórteres em uma teleconferência.
"Nossas receitas fiscais já estão no nível mais baixo em uma geração. E à medida que continuarem caindo, teremos menos dinheiro para investir em estradas, pontes, banda larga e pesquisa e desenvolvimento."
O plano do Tesouro também eliminará uma série de incentivos fiscais para a indústria de combustíveis fósseis, uma medida que aumentará as receitas em 35 bilhões de dólares em dez anos. Ele os substituirá por novos incentivos fiscais para energia limpa, inclusive para veículos elétricos e aparelhos elétricos eficientes.
O plano do Tesouro modificará a versão de 2017 de um imposto mínimo global de 10,5%, aumentando a alíquota para 21% e aplicando-a país a país.