(Reuters) - O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse na noite de segunda-feira que o cumprimento da meta de zerar o déficit primário no ano que vem depende da aprovação de medidas de aumento da arrecadação pelo Legislativo e que, portanto, não cabe neste momento debater eventual mudança na meta fiscal de 2024.
Em entrevista a jornalistas após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e lideranças da base governista no Senado, Randolfe disse ainda que o relatório da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), elaborado pelo deputado Danilo Forte (União-CE) e que deverá ser apresentado nesta terça, foi dialogado com o Executivo e que não haverá mensagem para modificação da meta fiscal.
"Não tem mensagem modificativa para amanhã (terça), o relatório que for lido é um relatório que foi dialogado com o governo. A manutenção, o horizonte do déficit zero, que nós defendemos, hoje depende muito mais do Congresso do que propriamente do governo. Nós temos pelo menos quatro medidas fiscais que fundamentalmente dependem do Congresso", disse o líder.
"As medidas de arrecadação estão neste momento nas mãos do Congresso Nacional para aprovar. Então não cabe neste momento qualquer debate sobre modificação ou não da meta", acrescentou.
O debate sobre eventual mudança da meta fiscal para o ano que vem ganhou força depois que Lula disse em coletiva com jornalistas no Palácio do Planalto que o objetivo de zerar o déficit primário no ano que vem dificilmente será atingido e que não irá cortar investimentos, principalmente em obras, para alcançar a meta.
O episódio gerou questionamentos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defensor de zerar o déficit em 2024, que mais de uma vez evitou responder quando diretamente questionado se a meta será alterada e mostrou irritação quando jornalistas insistiram sobre o tema.
(Por Lisandra Paraguassu e Eduardo Simões)