RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, da Petrobras, deve ter a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda na primeira quinzena de novembro para iniciar a operação, informou a petroleira nesta terça-feira.
A Licença de Operação, emitida no dia 30 de outubro pelo órgão ambiental de Pernambuco (CPRH), precede a autorização da ANP, afirmou a Petrobras em nota.
Assim que receber o aval da ANP, a petroleira explicou que iniciará a fase de operação da Rnest, composta pelas etapas de gaseificação das unidades, processamento de petróleo, sistema de armazenamento de combustíveis e, por fim, o envio para o mercado.
A Petrobras informou anteriormente que a produção da refinaria --envolvida em suspeitas de superfaturamento, com um custo estimado de quase 20 bilhões de dólares-- deve ser inaugurada neste mês.
Entretanto, provavelmente a refinaria não venderá combustíveis antes do início do próximo ano, segundo afirmou fonte do mercado à Reuters, já que até segunda-feira as distribuidoras de combustíveis ainda não haviam sido notificadas oficialmente sobre a produção de volumes pela Rnest.
As distribuidoras têm até o terceiro dia útil de cada mês para fazer pedidos de combustíveis para o mês seguinte, disse a fonte.
A ANP informou em nota, após ser procurada, que está analisando os documentos apresentados pela Petrobras, como parte do processo de autorização. "Quando essa etapa for concluída, passará pela reunião de diretoria", disse a autarquia.
LICENÇA PARCIAL
A licença expedida pelo órgão ambiental de Pernambuco permite que a unidade processe 45 mil barris/dia, ou 39 por cento da capacidade do primeiro trem de refino, de 115 mil barris de petróleo/dia, segundo documento obtido pela Reuters.
De acordo com a Petroleira, a Rnest encontra-se no fim de sua fase de pré-operação e alguns sistemas, máquinas e equipamentos já estão em funcionamento.
Uma segunda unidade de refino, que completará a capacidade total da refinaria de 230 mil barris/dia, deverá entrar em operação apenas no próximo ano.
A entrada em operação desta unidade deve trazer alívio para a Petrobras, que tem sofrido grandes prejuízos ao importar combustíveis do exterior.
No Brasil, os preços de gasolina e diesel são administrados, e há anos a estatal tem sido obrigada a vender esses combustíveis no país por preços mais baratos do que são comprados do exterior.
(Por Marta Nogueira e Jeb Blount)